sábado, 21 de maio de 2011

Mestre Leopoldina

Mestre Leopoldina começou a aprender capoeira aos 18 anos, com o Quinzinho, um jovem malandro carioca, valente, temido e respeitado na região da Central do Brasil (RJ). Um ano depois, Quinzinho foi preso e assassinado na prisão. Leopoldina sumiu por uns tempos, e treinava sozinho, até que soube que Valdemar Santana, lutador bastante conhecido na época, trouxera da Bahia um capoeirista de nome Artur Emídio. Leopoldina foi apresentado a Artur, que o convidou para jogar. "Fui lá, meio envergonhado, e fiz aquilo que o finado Quinzinho tinha me ensinado. No começo a coisa correu bem, mas aos poucos Artur começou a crescer, e era pernada por tudo que era lado, e percebi que ele era mais fera ainda que o Quinzinho". Foi assim que Leopoldina, aprendiz da capoeira carioca, foi apresentado à capoeira baiana. Leopoldina continuou aprendendo com Mestre Artur Emídio, e hoje é Mestre consagrado, muito respeitado, tanto por seu jogo quanto pela habilidade com o berimbau, e por suas composições, admiradas e cantadas em todo o Brasil. É uma das maiores expressões da capoeira antiga, cheia de malandragem e mandinga. É dono de uma simpatia e um carisma enormes, e já cunhou frases pitorescas do repertório da capoeira, como esta, que nos foi revelada uma vez em Guaratinguetá: "a capoeira é a maçonaria da malandragem!". Viaja muito para a Europa e EUA, apresentando-se a convite dos mestres que ensinam no exterior.
 
Alguém me disse
Que pareço Ganga Zumbi
Óia lá, foi o Rei lá dos Palmares
E outros já me disseram
Que na outra encarnação
Eu era rico, muito rico
Eu tinha muita fazenda
E grande canavial
E eu era bom patrão
Só mulher eu tinha nove (bis)
Com idades variadas
E hoje, o que eu tenho?
Nem sequer tenho casa pra morar
Nem dinheiro pra gastar
Mas tenho a Graça Divina
Que é minha companheira
Óia, eu tenho a capoeira
E essa grande amizade
Dentro do meu coração, camará...
Iê! Viva Leopoldina!

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